Novo Gama, município goiano do entorno do Distrito Federal, volta às páginas policiais com crimes brutais que expõem o caos social e a violência desenfreada. A cidade, que já vive um cenário de assassinatos quase diários, agora enfrenta uma realidade ainda mais aterradora: o envolvimento de políticos locais no submundo do crime, contribuindo diretamente para a guerra do tráfico e os acertos de contas que transformam as ruas em zonas de conflito.
Nos últimos dias, fui vítima de uma tentativa de assassinato, liderada pelo vereador Paulo Jordão e seus jagunços. A ação, que chocaria qualquer cidadão, foi agravada pelo fato de o vereador estar acompanhado de traficantes e até presidiários no momento da abordagem. Em um gesto que desafia qualquer lógica de justiça e decência, o próprio vereador confirmou o ocorrido em áudio publicado em suas redes sociais.
O mais alarmante, porém, é o silêncio das autoridades. Mesmo com a confissão pública do vereador e a gravidade dos fatos, a Polícia Civil até hoje não abriu uma investigação sobre o caso. Este não é apenas um ataque à minha pessoa, mas um reflexo do estado de abandono em que Novo Gama se encontra. Como pode uma cidade, localizada a meros 30 km das Esplanadas dos Ministérios — o coração do poder brasileiro —, viver uma crise de segurança tão profunda sem que haja qualquer resposta efetiva do Estado?
Quando o governo se omite diante de crimes que envolvem figuras políticas, ele permite que a impunidade se enraíze e que a violência se intensifique. A falta de investigação sobre esse caso específico não é um evento isolado, mas sim um reflexo de uma crise muito maior, em que criminosos, incluindo autoridades eleitas, se sentem confortáveis para agir fora da lei.
Novo Gama se tornou um símbolo da falência do sistema de segurança pública e da corrupção política. O povo, que deveria estar protegido e representado, agora vive entre o medo e a desilusão. A pergunta que fica é: até quando o Estado permitirá que a cidade seja refém do crime? Até quando o silêncio das autoridades permitirá que políticos como Paulo Jordão continuem atuando como se estivessem acima da lei? A situação exige ação imediata e firme, antes que mais vidas sejam perdidas nesse cenário de barbárie.
Comentários: